Você já parou para refletir no que faz todos os dias?
Você acorda, xinga o despertador, pega o celular, dá aquela conferida nas suas redes sociais favoritas, toma um banho, ‘engole’ seu café e vai para o trabalho. Chegando lá, deixa sua bolsa/mochila em cima da mesa, liga o computador, e vai pegar um café e trocar uma ideia com a colega. Você volta para sua mesa, checa seus e-mails pessoais, os de trabalho, e a rotina segue.
Acredite ou não, mas 95% dos pensamentos que temos durante um dia são automáticos. Você não precisa pensar para escovar os dentes, você simplesmente o faz, e isso acontece com tudo que incorporamos à nossa rotina!
E uma vez na rotina, a ação vira hábito, e hábitos são muito difíceis de mudar. O tempo médio que as pessoas levam para conseguir modificar um comportamento é de 3 a 6 meses.
A boa notícia é que, com um trabalho de autoconsciência, é possível identificar quais são suas disfuncionalidades e adotar ações para excluí-las do seu dia a dia de trabalho.
Fiz uma lista dos seis comportamentos que mais prejudicam a carreira das pessoas quando não observados e gerenciados:
1. EVITAR CONFLITOS: costumamos usar ferramentas como a fuga ou intimidação para mascarar inseguranças e evitar expor nossos medos, incertezas e erros.
Uma vez compreendida a origem e o motivo do conflito, se não souber por onde começar, procure conselhos de pessoas próximas sobre como enfrentar o problema. Você também pode utilizar-se da técnica de “experiência de referência”, e encenar a situação repetidas vezes em sua mente, dessa forma, você se sentirá menos desconfortável quando o conflito acontecer, pois seu cérebro entenderá que você já passou por um momento similar e saberá como agir.
Se estiver nervoso, comece apenas escrevendo seu plano.
É sempre melhor responder à situação direta e pessoalmente.
2. IMPULSIVIDADE: esse hábito pode incluir respostas emocionais imprevisíveis, como raiva e frustração, o que pode gerar crises em relacionamentos e problemas de suporte e aceitação. Para evitar explosões emocionais, tente prever as consequências de antemão, fazendo-se perguntas como:
– Onde e quando é mais provável que falhe?
– Como isso será percebido por outras pessoas dentro e fora da organização?
– Que tipo de experiência eu quero criar para as pessoas que se comunicam comigo ou que estão sob a minha liderança?
Entenda quais são seus gatilhos, o que deseja mudar e faça uma lista de ações que pode adotar para evitar que tenha esse tipo de reação e, se tiver, o que você pode fazer para contorná-la.
Dei uma dica bastante simples do que pode ser feito nesse tipo de situação neste vídeo.
3. TERCEIRIZAÇÃO DA CULPA: esse é o problema mais comum identificado por profissionais nas organizações, e é um dos principais elementos que atrapalham a resolução de problemas.
Para quebrar esse hábito, analise as situações que possibilitam que isso aconteça:
– Você/sua equipe “fizeram tudo o que puderam” e, portanto, não são responsáveis pelo resultado;
– Você/sua equipe são impotentes e, como vocês não tinham controle sobre a situação, não merecem a culpa; ou
– As outras pessoas são más, ruins ou dignas de culpa.
Não tenha medo de abraçar sua responsabilidade, assuma-a! Aprenda com seus erros, reconheça os seus limites e questione-se sobre o que pode ser feito com o controle e a influência que você possui.
4. MANIA DE CONTROLE: isso pode ser visto pelas outras pessoas como microgerenciamento, o que gera desmotivação.
Se você tem esse hábito, considere fazer acompanhamentos espaçados para receber atualizações, compartilhe metas e métricas e ofereça conselhos enquanto capacita sua equipe. Comunique-se mais e faça alinhamentos para diminuir o controle.
Entenda que os resultados não são apenas seus, são de toda a equipe.
5. PERFECCIONISMO: você já deve ter ouvido falar que não se deve mencionar o perfeccionismo como “defeito” nas entrevistas de emprego. A ironia está no fato de que ele pode, sim, ser um problema! E pode atrapalhar muito a sua produtividade, da sua equipe e da sua empresa.
Se você busca por perfeição o tempo todo acaba perdendo prazos e oportunidades. Concentre-se em, por exemplo, confirmar padrões de trabalho com seus colegas, busque feedback sobre os resultados, custos e prazos.
Pergunte-se como o perfeccionismo afeta seus relacionamentos.
Você está estabelecendo padrões irreais para aqueles que o rodeiam?
6. FOME DE PODER: os adeptos da gestão de comando e controle tendem a tomar decisões rápidas, unilaterais e alienar as pessoas ao seu redor, o que pode sobrecarregar a equipe.
Para evitar que isso aconteça, implemente medidas de responsabilização, pois a falta de responsabilidade cria um ambiente favorável para esse tipo de atitude. Para cada promessa feita, certifique-se de que ela poderá ser cumprida. Para cada decisão que tomar, forneça evidências e um plano.
Foque em conquistar (ou reconquistar) a confiança das pessoas.
Lembre-se de que essa lista não é taxativa.
Utilize-a como base para avaliar a forma como tem se comportado em seu ambiente de trabalho. Gere uma consciência sobre o que você faz, por que o faz, se isso está lhe beneficiando ou prejudicando. Esse é o primeiro passo para adoção de hábitos que contribuam com o desenvolvimento de sua carreira.