O que a história de um cão abandonado tem a ver com você – e não, não é o que você está pensando

 

Ao dirigir por uma rua próxima de onde fica sua casa em uma cidade do interior de São Paulo, Beto passou por uma pequena aglomeração de pessoas que conversavam em tom de indignação e, temendo que algo sério tivesse acontecido na região, que é mais afastada do centro urbano, ele parou e as questionou sobre o que se tratava a movimentação.

“É um pitbull”, disseram. “Abandonaram dois pitbulls aqui e foram embora, um deles correu atrás do carro e desapareceu, o outro está sentado do outro lado da rua, mas ninguém tem coragem de chegar perto dele”, explicaram. Beto saiu do carro e, com a confiança e expertise de quem criou animais a vida toda, aproximou-se do cão.

Era uma fêmea, estava com uma corda amarrada em volta de seu pescoço e não se movia. Beto então percebeu que a cachorrinha estava sentada em cima da ponta da corda, solta, mas não se movimentava por acreditar que ainda estava presa. Ele removeu a corda do pescoço dela e chamou-a para perto de si, ela atendeu seu comando.

Diana, como foi batizada posteriormente, estava tão acostumada a ficar presa – estima-se que ela tenha ficado enclausurada em um pequeno espaço por cerca de 3 anos, ininterruptos – que, simplesmente por estar com a corda no pescoço, sequer tentou se movimentar, tal era seu grau de condicionamento àquele tipo de situação.

A história acima é triste, verídica e além da mensagem de conscientização contra maus tratos que ela traz, pode também ser utilizada como uma simplória, mas ótima analogia às nossas próprias limitações. Isso significa que mindset importa!

E, às vezes, é necessário entender a visão e o comportamento por trás daquele projeto que não decola, daquela promoção tão esperada que não sai, das entrevistas que não geram contratação, das negociações que não saem do papel… é possível que alguma de suas crenças esteja limitando sua movimentação e você sequer deu-se conta disso.

As crenças podem ser classificadas, basicamente, em três categorias:

– Crenças herdadas: representam tudo o que a pessoa escuta durante seu desenvolvimento, é o que geralmente absorvemos dos nossos pais e familiares. Frases como “Você não faz nada direito” representam um pouco esse cenário.

– Crenças adotadas: representam tudo aquilo que lemos, vemos e ouvimos, que é transmitido pela mídia e pela sociedade. “Você só será bonito se for magro” é um exemplo de crença limitante adotada.

– Crenças de experiência: representam as experiências individuais de cada pessoa. O fato de uma pessoa não ter passado no vestibular, por exemplo, pode gerar uma crença de incapacidade.

O fato é que velhos pensamentos são difíceis de mudar, principalmente aqueles que desenvolvemos por experiência. Por isso, enfrentar e questionar nossos enquadramentos mentais enraizados deve ser o primeiro passo em direção à mudança e ao desenvolvimento. Provocar uma alteração em nosso sistema de crenças é capaz de ampliar e potencializar muito mais nossas mudanças comportamentais do que qualquer outra medida faria.

Deixe um comentário