Pequenos estresses do dia a dia podem nos levar ao Burnout – Entenda como evitar que isso aconteça com você.

Pode ser o fato de você ter que acordar todos os dias às 5 da manhã.

Pode ser seu colega de trabalho que disse que entregaria o projeto naquele dia, e não entregou.

Pode ser aquele e-mail que você recebeu do cliente, que pareceu mais grosseiro que o comum.

Pode ser o elevador cheio.

Pode ser a demora do carro da frente em seguir viagem quando o farol abre.

Pode ser a preocupação de ter sido rígido demais na resposta que deu ao seu filho.

Pode ser os muitos e-mails que você recebe de um assunto que sequer diz respeito a você.

Pode ser aquele colega que reclama o tempo todo.

Pode ser aquele trabalho que seu chefe insiste que você faça, mesmo não concordando com ele.

Pode ser a longa fila para conseguir embarcar no ônibus.

Pode ser aquela pessoa que sempre te faz exatamente a mesmíssima pergunta, sobre o mesmíssimo assunto.

Algum deles lhe soa familiar?

Todas as situações listadas acima são exemplos do que pode acontecer conosco rotineiramente. Elas costumam surgir como desafios momentâneos, mas possíveis impactos negativos gerados por elas sobre nós podem durar horas, senão dias!

E nós dificilmente percebemos a forma como elas podem nos afetar justamente porque são parte do nosso dia a dia. Quando desenvolvemos um hábito, passamos a executá-lo automaticamente, como escovar os dentes ou fazer café.

O modo como lidamos com nossas demandas pessoais e profissionais é diretamente afetado pelo estresse que sentimos, pois eles esvaziam nossas reservas emocionais e colocam em xeque nossos valores e identidade.

“Lembra-se daquele dia que ficou sabendo que aquela pessoa que parecia tão plena teve um Burnout, do nada?”

Então, não foi “do nada”.

Picos de estresse podem ser causados por pequenos estresses que estão profundamente enraizados em nossas vidas. Tratam dos exemplos citados anteriormente que, uma vez “normalizados”, passam a ser ignorados pelo nosso pensamento consciente.  

Neste caso, não há um gatilho específico que desencadeará reações irascíveis, ele vai sendo construído pouco a pouco, tem efeito cumulativo, até que um dia…eclode.

E é justamente por esse motivo que tentar lidar com esses micro estresses da mesma forma como lidamos com problemas maiores em nossas vidas pode não ser a melhor ideia.

Imagine se parássemos para analisar nossos pensamentos e sentimentos sempre que algo tivesse o potencial de nos incomodar: nós simplesmente faríamos apenas isso o dia todo!

E como resolvemos esse problema?

A primeira atitude que você pode tomar é repassar seu dia mentalmente, em seguida, descrever cada uma das situações que lhe incomodaram  – em maior ou menor grau – naquele dia, escolher 2 ou 3 dos micro estresses que mais lhe incomodam e focar em resolvê-los.

Converse com pessoas que você confia, pois além de ajudar a aliviar a tensão, podem te ajudar a enxergar a situação de uma perspectiva mais ampla.

Isso por si só já contribuirá com a redução de parte do peso da carga.

Afaste-se de relacionamentos tóxicos ou de ambientes que afetam seu bem-estar.

A maior parte dos pequenos estresses que nos atingem são causados por pessoas. Nesse caso, é possível amenizar o peso da carga negativa adotando ações como:

  • Sentar-se longe do colega que só reclama, ou explicar a ele que você não pode dar a atenção que ele precisa naquele momento, mas que vocês podem conversar em outro horário.
  • Chegar alguns minutos antes ou depois, seja para evitar pegar o elevador sempre cheio, a fila do ônibus, do restaurante ou do microondas na hora do almoço.
  • Ser claro e sincero com a pessoa que está o questionando pela quinta vez sobre o mesmo assunto. Com gentileza, lembre-a de que vocês já conversaram sobre o assunto X vezes, que você irá explicar mais uma vez, mas que será a última, porque ela tem que ser mais atenta e responsável com assuntos que são importantes para seu trabalho.

Invista mais em atividades e pessoas que contribuem com o seu bem-estar

Todos temos aquele colega que nos faz rir o tempo todo, aquele que nos ajuda a manter uma perspectiva de vida mais positiva, ou conhecemos aquela “tia do café” que pode ficar horas contando histórias divertidíssimas. Identifique quem são essas pessoas e passe mais tempo com elas!

Se, por exemplo, fazer exercícios pela manhã te ajuda a relaxar, incorpore-os com mais frequência à sua rotina.

Se se sente bem ajudando os outros, envolva-se mais com programas voluntários.

Almoce sozinho ouvindo um podcast ou assistindo um episódio daquela série que você acompanha quando não estiver com vontade de socializar e sentir que precisa “tirar a cabeça do trabalho” e relaxar.

Quando estamos preocupados com alguma coisa, ou quando estamos aguardando uma notícia importante, atualizamos a página da internet a cada 30 segundos para checarmos as novidades em primeira mão.

E o que nos impede de fazemos a mesma coisa com o nosso bem-estar e saúde mental?

Acompanhe-as mais de perto, mantenha-as atualizadas, e evite que as pequenas frustrações do dia a dia se tornem futuros grandes problemas em sua vida.

Imagem de Sydney Rae via Unsplash

Em busca do bem-estar estamos nos adaptando a uma sociedade doente

Imagem de Viktor Talashuk via Unsplash

Historicamente, o conceito de bem-estar começou a ser cunhado no século 17, e estava ligado apenas à saúde física, era praticamente sinônimo de “ausência de doenças”.

No século 18, o conceito passou a ser atrelado à bens materiais que supriam as necessidades básicas de limpeza e higiene que impactavam a saúde das pessoas naquela época.

Atualmente, a percepção sobre bem-estar e saúde tornou-se muito mais ampla, e envolve os aspectos mental, emocional, físico e social.

Eis que me deparei com a seguinte questão: o que “bem-estar”, afinal? Como as pessoas alcançam o bem-estar?

Naquele momento, eu recorri ao Google nosso de cada dia, claro!

E eu posso te dizer que muitos dos manuais de “bem-estar” disponíveis na internet irão te dizer que para alcançá-lo, precisamos:

1 – Fazer escolhas simples e saudáveis diariamente;

2 – Reduzir o estresse; e

3 – Ter interações sociais positivas.

Parece mesmo muito simples.

Agora, quando desligamos o computador e temos que encarar a realidade, a situação é um pouco mais complicada. Hoje, nós somos tão “pressionados” a ter uma vida saudável e feliz, que a preocupação deixou de ser com o bem-estar em si, e passou a ser com o fato de que a saúde é tratada como uma ideologia.

Quando afastamos o “bem-estar” da ideia geral de “nos sentirmos bem”, e transformamos o conceito em algo que devemos fazer para viver de maneira verdadeira e feliz, ele assume um novo significado e passa a ser uma obrigação moral.

Vou dar um exemplo bem simples: durante muito tempo, em um passado recente, eu usei um relógio que, dentre outras funções, contabilizava todos os passos que eu dava em um dia. Eu tentava dar, pelo menos, 8 mil passos por dia, mas achava 10 mil passos o ideal (simplesmente porque é um número redondo).

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Depois, entrava no aplicativo do relógio, no celular, que comparava meus dados com os de outros usuários do mundo inteiro e eu ficava mal quando via que não tinha caminhado mais do que 80% das pessoas. Sentia-me preguiçosa e fracassada por não ter conseguido executar uma atividade tão simples, mesmo sabendo que aquilo era um exagero. E eu agia da mesma forma todos os dias.

E essa obrigação moral de sermos saudáveis e felizes, da qual somos cansativa e constantemente lembrados, foi batizada pelos pesquisadores Carl Cederstrom e Andre Spicer, autores do livro “The Wellness Syndrome”, de biomoralidade.

lógica da biomoralidade é a seguinte: ela te dá uma sensação meio presunçosa de dignidade, fazendo você pensar que está do lado certo de uma suposta ‘lei moral’. Te faz pensar que se as pessoas fossem mais como eu, você – ou como a Gisele Bundchen – o mundo seria um lugar muito melhor, mais saudável, mais feliz.

Vocês devem se lembrar de uma situação que aconteceu cerca de 3 anos atrás, em que uma modelo da Playboy foi condenada nos Estados Unidos por divulgar e ridicularizar, no Snapchat, a foto do corpo de outra mulher, nua, no banheiro de uma academia.

Dani Mathers, então com 29 anos, compartilhou duas imagens: uma da mulher, que é idosa, e tinha 70 anos na época, e uma segunda em que ela ri e faz cara de nojo, de deboche.

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“Se eu não posso ‘desver’ isso, você também não pode”, foi a legenda que a modelo colocou em cima da imagem da mulher nua.

É claro que ela foi alvo de muitas críticas na internet por ter praticado body shaming, foi condenada pela justiça do estado da Califórnia, demitida de seu emprego em um programa de rádio, e teve a entrada nessa rede de academias permanentemente proibida.

Mas o principal problema dessa história é que esse tipo de mentalidade não é exclusivo dela.

Nós somos constantemente encorajados a ter nojo do corpo das pessoas que não seguem o “padrão”, e como se não fosse ruim o bastante, somos encorajados a sentir nojo do que as pessoas comem.

Na verdade, comer se tornou uma atividade paranoica. O ato de comer não se destina mais a proporcionar prazeres momentâneos ou de felicidade com pessoas queridas em volta de uma mesa.

“Comer” coloca sua identidade à prova.

Pense, por exemplo, no que você costuma pedir no restaurante quando está fazendo uma reunião com o cliente durante o almoço.

Ou no que você come quando sai pela primeira vez com aquela pessoa que tanto queria.

Você pede o que realmente quer comer ou o que você acredita que transmitiria uma imagem sua melhor?

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Hoje, comer de forma correta tem sido associado ao caminho para uma vida próspera, é uma conquista, demonstra para a sociedade uma superioridade no que diz respeito a “viver bem”.

Essa insistência de que o indivíduo é capaz de escolher seu próprio destino, supondo que temos 100% de controle sobre nossas próprias vidas, mesmo quando as circunstâncias não estão a nosso favor, acaba provocando sentimento de culpa e ansiedade.

Pesquisas revelam que as pessoas fazem dietas muito mais com a intenção de aliviarem o sentimento de culpa que elas carregam, do que para perder peso.

Você é responsável pelo seu emagrecimento e pelo seu bem estar? Sim. Mas é o único responsável? Não. 

Em tempos como estes, em que a imagem ocupa um papel crucial na sociedade, distinguir o que é real do que não é está cada vez mais difícil. Nossa obsessão com a busca superficial pela felicidade destruiu nosso relacionamento com o que é real.

Na minha humilde opinião, quando as pessoas não acreditam mais na transformação política, não acreditam mais que o mundo pode ser mudado para melhor, elas colocam todas as suas energias em querer melhorar a si mesmos.

Cria-se uma espécie de entusiasmo ingênuo em tornar nossas vidas melhores, através do que seria a melhoria do nosso estilo de vida imediato.

Existe a expectativa de que façamos cada vez mais e mais e mais, não importa o que, e para que estamos fazendo, o que acabou transformando a busca por aperfeiçoamento pessoal em uma corrida maluca, que é vista como um comportamento normal pela sociedade!

Acompanhar obsessivamente o nosso bem-estar, enquanto continuamente encontramos novos caminhos de autoaperfeiçoamento deixa pouco espaço para viver.

Há uma crença bastante enraizada na sociedade de que se a maioria sente, acredita ou faz, então é “normal”. E, então, serve de guia para o comportamento geral. O problema é que nem todas as normas são benevolentes.

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Mas será que é normal achar normal o que não deveriam ser…normal?

É saudável e importante preocupar-se em querer melhorar.

E não há nada de errado em estar bem ou querer estar bem, mas se conhecer e ser bem informado é completamente diferente de aderir ao espírito de rebanho, em que se age de forma automática e inconsciente.

Entenda como 5 dos gatilhos que mais causam conflitos no trabalho podem te ajudar a ser um líder melhor.

 

Rafaela está gerenciando um novo time e percebe que um dos membros, João, está com dificuldades para fazer a entrega dos trabalhos. Ocorre que João é um dos membros mais seniores da equipe, uma pessoa com quem ela precisa contar para atender as intensas demandas da área.

Apesar de terem conversas de alinhamento constantes, Rafaela não consegue ter clareza do que realmente está motivando o comportamento de João e, com a intenção de aliviar a sobrecarga que ele diz estar sentindo, ela responde um dos e-mails que havia sido endereçado aos dois, mas cujo assunto ele costumava tratar.

Quando Rafaela procurou João para conversar sobre uma outra tarefa, João agiu de forma grosseira e indiferente, deixando-a confusa, pois ele estava adotando um péssimo comportamento enquanto tudo o que ela estava tentando fazer era ajudá-lo.

O nosso cérebro organiza as informações através de um princípio básico de AMEAÇA ou RECOMPENSA. Contudo, além de usarmos mais recursos cerebrais para lidarmos com uma “ameaça”, nossa capacidade de resolução de problemas fica reduzida e nossa criatividade fica prejudicada.

Além disso, nossos cérebros interpretam as “ameaças sociais” da mesma forma que as ameaças mais “reais” – como uma demissão ou ter uma arma apontada para você. No mesmo sentido, as “recompensas sociais” como elogios, podem ser tão eficazes quanto oferecer benefícios financeiros ou uma promoção.

Em 2008, David Rock propôs o Modelo SCARF, acrônimo em inglês para as palavras status, certeza, autonomia, relação e justiça. O que torna esse modelo neuro científico importante é a sua utilização nas relações interpessoais, pois ele trabalha com o que o cientista considera os 5 principais gatilhos sociais:

STATUS – Quando sentimos uma ameaça ao nosso status, nosso cérebro desencadeia a mesma resposta dada à dor física; por isso é realmente importante dar reconhecimento às pessoas, em todos os níveis. Ex. reconhecer a excelência em uma habilidade específica de um membro da equipe.

CERTEZA – Quando você segura um lápis, o seu cérebro estima o que acontecerá em seguida com base em suas últimas experiências. Se algo estiver diferente, o cérebro entenderá aquilo como um ‘erro’, e manterá sua atenção no assunto até que a incerteza seja resolvida. Daí a importância de manter sempre comunicações claras.

AUTONOMIA – Se sentimos que não temos controle sobre o meio, podemos ficar estressados. Quando somos capazes de tomarmos decisões no trabalho, nosso cérebro gera uma sensação de recompensa.

RELAÇÃO – O pertencimento é uma necessidade humana básica. O relacionamento entre as pessoas está intimamente ligado à confiança que uma deposita na outra, o que é fundamental para uma colaboração eficiente.

JUSTIÇA – Aumentar a transparência, melhorar a comunicação e garantir que regras básicas sejam claramente definidas e compreendidas podem ajudar a estabelecer ações e visões acordadas, e diminuir o senso de injustiça.

O SCARF, como dito anteriormente, abrange 5 domínios da experiência social que o cérebro trata da mesma forma que as questões de sobrevivência, ou seja, essas reações são todas “primitivas”. Por isso, o modelo ajuda a explicar por que pode ser tão difícil controlar algumas das nossas reações emocionais.

Sendo instintivas, infelizmente, não podemos simplesmente rechaçá-las, é necessário lapidá-las, e isso só pode ser feito identificando o impacto desses 5 elementos em nossa vida, pois quando temos mais controle sobre nossas emoções conseguimos impedi-las de prejudicar nossos esforços.

Na história que contei acima, se a Rafaela tivesse conhecimento do modelo SCARF, talvez ela tivesse conseguido perceber que João não estava simplesmente tendo um comportamento difícil, ele se sentiu “ameaçado”. A forma como ela gerenciou a situação fez com que ele se sentisse “inútil” e “passado para trás”, ao invés de se sentir apoiado por ela.

Ao adotar um comportamento no sentido de evitar desafiar o “status” do outro, Rafaela poderia ter oferecido mais autonomia ao invés de ter feito o trabalho de João, e poderia ter aprofundado o conhecimento que ela tinha sobre as dificuldades dele de fazer entregas e se organizar, através do desenvolvimento de rapport, inteligência emocional, uso de comunicação eficaz, transparência e técnicas de coaching.

Precisamos pensar em como aqueles com quem trabalhamos (e convivemos) são afetados por tudo o que falamos e fazemos, isso ajudará a desenvolver melhores líderes e membros de equipe.

Ao focar no SCARF desenvolvemos nosso potencial de reduzir conflitos, melhoramos o desempenho da equipe, aumentamos o envolvimento dos stakeholders e trabalhamos para nos tornarmos líderes mais eficazes.

Eu não sou super fã de esportes, costumo dedicar uma pequena parcela do meu tempo a eles apenas em épocas de copa do mundo e olimpíadas (inclusive as de inverno!), mas independente disso, recomendo que assistam a “docuseries” Arremesso Final (The last dance) disponível no Netflix.

O documentário acompanha a temporada de 1997-98 do Chicago Bulls do início ao fim (uma raridade) e, para mim, foi uma grande aula sobre liderança, trabalho em equipe, motivação, engajamento, valores e resiliência profissional e emocional.

Um breve panorama sobre o documentário

A dinastia do Bulls começou no segundo jogo das Finais de 1991 e foi até as Finais de 97-98, período em que conquistaram 6 títulos da NBA.

A série mantém o foco nos 3 principais jogadores da equipe na época: Michael Jordan, Scottie Pippen e Dennis Rodman.

Michael Jeffrey Jordan é considerado um dos maiores desportistas da história. Iniciou sua carreira em 1984 jogando pelo Chicago Bulls, e logo se tornou uma das estrelas da liga.

Scottie Maurice Pippen desempenhou um papel fundamental na transformação do Chicago Bulls junto a Michael Jordan na década de 90, e foi nomeado um dos 50 maiores jogadores da história da NBA durante a temporada de 96-97.

E Dennis Keith Rodman ficou mundialmente conhecido por sua ferocidade no posicionamento defensivo e rebote (apesar da baixa estatura), além do seu estilo extravagante dentro e fora das quadras.

Apesar das divergências em torno do documentário, ele mostra de forma muito humana as diferentes percepções de uma realidade muito diferente – e distante – da esmagadora maioria das pessoas.

Abaixo, listei 10 valiosas lições que aprendi assistindo a série e espero que possam inspirar outras pessoas também.

1 – Como ter um time de alta performance

Ninguém é capaz de fazer absolutamente tudo sozinho, e Michael Jordan sempre soube disso.

Apesar de ser considerado a “estrela” do time e de ter alcançado um nível de fama que poucos conseguiram no mundo, Jordan tinha consciência de que seu desempenho excepcional nas quadras só foi possível porque ele contava com a grandeza defensiva de Pippen, Rodman e do restante da equipe.

Um time campeão apresenta:

– Objetivo comum;

– Mesmo propósito;

– Papéis claros;

– Dinâmicas que aproveitam o potencial de todos os membros;

– Relação de confiança e respeito com o técnico;

– Jogadores sempre abertos a corrigir seus erros, escutar, aprender e mudar quando necessário;

– Colaboração efetiva; e

– Comunicação eficaz.

2 – A inteligência do time supera a do indivíduo

Em um time cheio de estrelas, não deve ser fácil manter a humildade e controlar a força do ego, afinal, sabemos que isso ocorre frequentemente em times que nem possuem tantas estrelas assim.

Quando os membros de uma equipe aprendem a trabalhar juntos de forma efetiva, com regularidade, e respeitando o perfil de cada uma das pessoas, eles conseguem tomar melhores decisões e chegar à melhores soluções para os problemas, em comparação ao que poderia ter sido feito pela pessoa mais brilhante da equipe sozinha.

Recusar-se a fazer um esforço conjunto pode levar o time a conclusões que não seriam aceitáveis para nenhum dos membros individualmente, portanto, o esforço vale a pena!

3 – Controle você o ambiente, e não o contrário

Michael Jordan era um jogador extremamente competitivo, e queria jogar ao lado dos melhores, daqueles em quem podia confiar, por isso, exigia um alto desempenho de todos os seus colegas durante os treinos.

Essa força de vontade de vencer a qualquer custo era o clima predominante no time, e certamente contribuiu significativamente para a conquista dos 6 títulos do Bulls.

O ambiente é um dispositivo ininterrupto de gatilhos que pode nos afetar de maneira positiva, nos ajudando a ser pessoas melhores, mas também pode nos afetar de forma negativa, que é o que ocorre a maior parte do tempo, e da qual ninguém está imune.

Cada vez que entramos em uma nova situação (com um novo quem, o que, quando, onde e por que) estamos nos cercando de um novo ambiente, e o nosso comportamento sofre uma mudança sutil em decorrência das pessoas que estão presentes, do clima e da estrutura do local. Pense, por exemplo, nas suas atitudes (no que você fala, como fala, como se comporta) em cada uma das suas rodas de amigos, elas são iguais ou diferentes?

Além disso, às vezes, a alteração de um simples fator pode transformar o ambiente ideal em um desastre. Pense, por exemplo, em como fica sua atenção ao assistir uma palestra quando está com fome, ou se o ar condicionado está desligado e o local fica quente. Uma coisa é certa: sua irritabilidade o impedirá de aproveitá-la da forma como poderia e gostaria.

4 – A importância de um treinador que aceite quem você é e confie no seu jogo.

Em nenhum momento do documentário vemos Phil Jackson, treinador do Bulls, forçando Michael ou qualquer outro jogador a mudar a forma como eles jogavam, pelo contrário, ele respeitava e lapidava as jogadas de cada um em favor do time.

Um bom líder ensina, não determina. Não julga, faz observações objetivas. Não manipula, oferece escolhas. Não duvida, confia. Quando a comunicação entre líder e liderado (ou treinador e jogador) acontece dessa forma, ela gera um impacto importante no bem estar dos liderados que, de confusos e autocríticos, passam a desenvolver um estado de espírito focado e geram melhores resultados.

5 – O desejo alimenta o Foco

Alguém tem alguma dúvida de que Michael Jordan queria ser um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos? Se você tem, a série irá afastar essa sua percepção, esteja certo disso.

Quando estamos conectados com o que realmente queremos, com nossos objetivos e metas, conseguimos perceber o que pode nos levar a ou nos afastar do sucesso.

A nossa escolha reside no que alimentar, e no que abandonar. E é através das nossas escolhas que nós definimos as prioridades que nos conduzirão pela vida e nos manterão motivados.

Quando enxergamos com clareza essas prioridades, é mais fácil manter o foco.

6 – Aceitar e confiar no outro, sem julgamentos

Como explicado na abertura do artigo, Dennis Rodman era um jogador que ostentava um estilo de vida nada convencional. Ele precisava de liberdade, gostava de colorir o cabelo e frequentar festas.

Em uma das temporadas de jogos, mesmo tendo faltado por 4 dias seguidos aos treinos por ter ido à Las Vegas, não foi punido ou humilhado pelo treinador ou pelos colegas, pois todos sabiam que ele sempre mantinha um desempenho excepcional nas quadras e nunca deixou o time na mão.

O Chicago Bulls encontrou, como um time, equilíbrio na flexibilidade e aceitação.

Quando desenvolvemos uma relação de confiança com alguém, não há espaço para julgamentos. Isso é mostrado diversas vezes ao longo do documentário.

7 – Tenha consciência dos seus limites para preservar sua saúde mental

Michael Jordan tinha um relacionamento muito próximo de seu pai, que fora assassinado covardemente no início da década de 90. Ele acompanhava MJ e assistia a todos os seus jogos, dava conselhos e era considerado pelo filho “seu melhor amigo”.

Quando se viu diante do vazio que a ausência do seu pai causou em sua vida, Jordan tomou a decisão de se afastar das quadras e se dedicar à uma nova carreira, pois jogar basquete sem a presença do seu pai o colocava em um estado emocional muito negativo, e fazendo isso conseguiu preservar a sua saúde mental.

8 – Não tenha medo de mudar, e de mudar de novo…

Foi exatamente no período em que perdeu seu pai que Michael Jordan decidiu se aposentar do basquete e investir em um antigo sonho: ser jogador de beisebol.

Ele se dedicou durante um ano e meio ao esporte, até que uma greve organizada pelos jogadores de beisebol estourou nos Estados Unidos e paralisou as atividades.

E então você pode pensar: ok, mas ele era famoso, super talentoso e muito rico, assim é fácil fazer uma transição de carreira.

Sim, concordo. Mas o fato de ser famoso, talentoso e rico não mudou em nada o esforço e as adaptações que ele teve que fazer para desenvolver as habilidades necessárias para sua nova profissão, e todos que optam por fazer uma transição de carreira passam por isso.

A grande diferença é que o medo de mudar (e, no caso dele, de ser julgado pela opinião pública) nunca o paralisou, e é exatamente esse o maior problema nesses casos: ter a coragem de dar o primeiro passo e sair da zona de conforto.

E não podemos nos esquecer de que Michael não fez isso só uma vez, mas duas, pois durante a greve dos jogadores de beisebol ele optou por voltar ao basquete, e levou mais um ano para conseguir se readaptar e reconquistar sua antiga forma física.

9 – Assuma as suas responsabilidades e saiba pedir desculpas

Foi durante o hiato de Michael Jordan do basquete que Scottie Pippen protagonizou uma das cenas mais polêmicas da temporada de 1994.

Com a saída de Jordan, Pippen, que é considerado um dos maiores jogadores da NBA da história, de certa forma ‘preencheu’ o vazio deixado pelo seu colega e se tornou uma das maiores estrelas do Bulls na época.

Mas durante a semifinal da conferência leste de 1994, Pippen se recusou a voltar à quadra após o técnico Phil Jackson ordenar que o croata Toni Kukoc recebesse a última bola para decidir o jogo contra o New York Knicks.

Apesar de ter causado muita indignação, depois do jogo Pippen encarou seus colegas de quadra e pediu desculpas por ter tido uma atitude tão egoísta. A impulsividade de sua reação quando foi preterido pelo técnico poderia ter custado a vitória do jogo ao Bulls e prejudicado todo o time.

Pippen reconheceu que sua atitude foi prejudicial e agiu com humildade. Já o time teve a capacidade de entender que o comportamento do jogador se tratava de um fato isolado, afinal, todos cometemos erros. Eles aceitaram suas desculpas e o Bulls continuou atuando com alto desempenho nas quadras.

10 – Conheça-se!

MJ sabia perfeitamente quais eram suas forças, suas fraquezas, e principalmente, como se manter motivado. Ter consciência desses pontos não é tão intuitivo para a maioria, por isso passar por um processo de autoconhecimento é tão importante.

Michael criava constantemente histórias em sua mente que motivava seu perfil super competitivo a encontrar razões para “derrotar” os outros times. Ele tratava essas razões como objetivos de curto prazo, mantinha-se focado em alcançá-los e vencia!

Como dizer ao seu parceiro que você precisa de “um tempo só para você”.

Esses dias recebi o telefonema de uma amiga que queria conversar, porque o seu parceiro tinha acabado de fazer as malas e sair de casa. Escutei a história com o coração despedaçado por ela. Já há alguns meses eu vinha acompanhando a valsa descompassada dos dois e as muitas tentativas dela de fazê-lo se abrir e ser transparente, pois a falta de comunicação e confiança estava claramente afetando a relação entre eles.

O longo caminho que ela percorreu na tentativa de fazer o casamento melhorar foi desgastante, e ao falar com ela era possível sentir a falta de esperança em sua voz.

Durante esta crise, tenho escutado diversas narrativas de casais desabafando sobre a dificuldade de gerenciar os relacionamentos, que – sem intenção nenhuma de fazer chacota – são basicamente variações de “se nós não ficarmos em cômodos diferentes em casa vamos nos matar”.

Imagem pxhere

Estar juntos 24 horas por dia não está sendo uma tarefa tranquila para muitas pessoas, principalmente porque, impossibilitados de sair, acabamos não conseguindo ter um “tempo para nós”. Eu, que sou introvertida, aprecio e preciso ter os meus momentos ‘sozinha’, mas há quem não goste ou não consiga ficar sozinho.

Minha amiga, em meio a todo o seu sofrimento, optou por mergulhar de cabeça no trabalho, na resolução de problemas familiares, e simplesmente ignorou todas as suas necessidades pessoais.

Contudo, se não nos reenergizamos constantemente, uma hora ou outra atingimos o nosso limite, e então o tempo que levamos para recarregar as baterias acaba sendo muito maior.

O interessante é que maioria das pessoas se esquece do princípio básico:

“Coloque a sua máscara antes de ajudar a outra pessoa”. 

Mesmo quando temos consciência da importância de dedicarmos parte do nosso tempo à nossa saúde física e mental, a tarefa de comunicar nossas necessidades pessoais aos nossos parceiros pode não ser tão simples assim, muitos acabam se vendo diante de uma muralha de sentimentos de culpa e vergonha, sem ideia de como farão para escalá-la e chegar ao outro lado.

Fonte: Giphy

Para evitar que os efeitos da falta de comunicação, acompanhados de ressentimento e exaustão, recaiam sobre o seu relacionamento, em primeiro lugar, saiba o que você precisa.

Isso pode parecer óbvio, mas não é incomum confundirmos o que precisamos, com o que queremos, e existe um espaço enorme entre os dois verbos.

Reserve alguns minutos do seu dia para colocar no papel quais atividades lhe trariam maiores benefícios, sinta e deixe a sua mente fluir, não pense demais. No meu caso, quando se trata de relaxar, me imagino em uma casa no campo, em um dia ensolarado, sentada em uma poltrona confortável ao ar livre, bebendo um bom vinho e lendo um bom livro.

Mas é claro que, além dessa, existem muitas outras opções mais viáveis que podemos considerar, simplesmente me sentar no sofá por alguns instantes no final do dia para ler um livro já é bastante relaxante para mim, por exemplo.

A minha dica é:

Mesmo que bata aquele sentimento de culpa quando considerar que gostaria de fazer uma aula de violão para espairecer e ter um momento de autocuidado, faça, teste, veja se isso lhe traz emoções positivas.

Depois de pensar com cuidado em como gostaria de passar o seu tempo pessoal, pense em como você conduzirá a conversa com o seu parceiro.

O momento ideal não existe…escolha o melhor momento.

O melhor momento não é aquele em que a pessoa acabou de finalizar o dia de trabalho, está dando comida às crianças ou colocando-as para dormir. Por mais que a sua ansiedade te torture, contenha-se e inicie a conversa quando vocês estiverem em um momento mais relaxado.

Lembrando que a intenção não é desafiar a outra pessoa, mas conectar-se a ela, faça disso um momento leve e de descontração entre vocês.

Nunca se esqueça de que vocês jogam para o mesmo time, ok?!

Você está ao lado do seu parceiro para que se apoiem, se impulsionem, se ajudem, cresçam e se desenvolvam juntos, e o cuidado com a saúde um do outro também deveria entrar nesse “pacote”.

Isso significa que não faz sentido você iniciar a sua conversa culpando-o de algo ou fazendo críticas, esse tipo de postura apenas o colocará na defensiva. Diga o que você está sentindo, o que tem em mente e pergunte o que ele pensa a respeito.

Simplesmente escute, não é tão difícil assim.

Eu sempre digo a quem eu posso: seja ouvinte quando está na posição de… ouvinte! Se você, teoricamente, está escutando o que a outra pessoa tem a dizer, não faz o menor sentido você ficar pensando no que vai dizer em seguida enquanto ela ainda está falando!

Ou você está dando a sua atenção ou não está.

E se você não escuta TUDO o que a pessoa tem a dizer, a comunicação fica prejudicada e as chances de a conversa não terminar bem aumentam significativamente.

Estamos aqui falando sobre dar e receber, não se esqueça disso.

Ok. Você quer alguma coisa, mas tem que estar disposto a ceder um pouco também. E todos sabemos que, na prática, não é bem isso o que acontece.

A resposta à questão é simples: falta de empatia.

Se você está sentindo a necessidade de ter um tempo para você, é bastante provável que o seu parceiro esteja sentindo o mesmo, por isso considere pensar em atividades que possam fazer bem a ele, das quais ele desfrutaria.

Assim, você pode integrá-lo à sua conversa, mostre que também pensa em seu bem estar e o considera quando faz planos.

Acredite, fazer check ups nos seus relacionamentos são tão efetivos quanto qualquer outro check up

Verdade seja dita: nenhum relacionamento interpessoal é tão simples quanto parece, especialmente quando adicionamos um toque de intimidade a ele.

Quantas vezes você pergunta ao seu parceiro como ele está se sentindo?

Reservar um momento para fazer esse tipo de interação é essencial para manter a conexão e comunicação entre o casal. Não estou dizendo que você precisa agendar uma vez por semana para fazer isso, mas façam sempre que tiverem a oportunidade, nunca deixando um espaço muito grande entre uma conversa e outra.

Eu sempre prezei pela comunicação em meus relacionamentos, com o meu marido eu pratico isso há 10 anos. Quando nos conhecemos ele era muito fechado, para conseguir discutir qualquer coisa com ele eu levava mais de uma semana e esse comportamento começou a nos prejudicar, porque “arrastar” os problemas tornou-se desgastante.

E para conscientizá-lo, eu mostrei a ele que aquela configuração não estava funcionando. Veja bem, eu não briguei, não gritei, não xinguei, simplesmente fui mostrando, em doses homeopáticas e com empatia, as consequências que o seu silêncio estava provocando.

O processo foi difícil? Sim.

Eu sofri no início, no meio e no final? Sem dúvidas.

Demorou? Com certeza, pois estamos falando de mudanças de hábitos.

Mas como eu sempre soube o motivo pelo qual estou com ele, eu não tive preguiça de me dedicar, mas sabia que me arrependeria se não tentasse.

Por mais acostumados que a gente esteja de se comunicar de determinada maneira, e cogitar em fazer qualquer mudança pareça ser algo inconcebível, é possível incorporar novos comportamentos se estivermos inclinados a nos desenvolver, sermos melhores e viver uma vida mais tranquila.

Mudar exige muito de nós, mas sempre que pensar em desistir, lembre-se de que dentro de um ano você estará se comunicando: ou como sempre se comunicou, ou de forma mais empática e clara, e terá afastado de você qualquer dinâmica negativa que estivesse ao seu redor. Vale a reflexão.