O momento de sua carreira em que você precisa confiar em seus instintos

Fotografia retirada de pxhere.com

Um dos motivos pelo qual eu adoro o meu trabalho, é que eu aprendo muito todos os dias, ele mantém a minha mente engajada. Eu, particularmente, gosto do fato de poder ajudar as pessoas a tomarem decisões que as farão alcançar mais daquilo que elas querem.

Quando eu era criança, não me recordo de alguma vez pensar que quando eu crescesse eu iria trabalhar como advogada, ser consultora em uma empresa multinacional, revisar o recolhimento de tributos de grandes corporações para ajudá-los a ‘economizar’ seu dinheiro, ou importar dispositivos médicos.

Eu dizia que eu queria ser arquiteta, porque na época eu gostava de desenhar, então relacionava a profissão a isso, ou médica para “salvar vidas”. Mas de alguma forma, tudo aquilo em que eu não pensava acabou ocupando muito espaço na minha vida durante muitos anos.

Quando olho para grandes realizações feitas pela humanidade, ou para produtos completamente inovadores e benéficos aos seres vivos, penso que eles foram feitos por indivíduos especializados naquilo, por indivíduos que se esforçaram muito e dedicaram muito do seu tempo àquele projeto, por indivíduos que sentem amor pelo que fazem.

Ao mesmo tempo, penso nas pessoas que fazem propagandas de produtos prejudiciais à saúde, em pessoas que torturam animais para alimentar um riquíssimo mercado de luxos e futilidades. Hoje, as empresas chamam problemas éticos, de problemas corporativos.

Eu encarei minha transição de empresária à profissional autônoma quando percebi que o que estava fazendo, beneficiava financeiramente os players do mercado de forma voluptuosa, mas prejudicava quem realmente precisava ter acesso àqueles produtos no final da cadeia. Foram quatro palavras, proferidas por um funcionário de uma empresa concorrente, que me fizeram refletir e repensar tudo o que eu estava fazendo: “O mercado é assim”. Ponto.

Essa frase, especificamente, me fez pensar sobre o que eu estava fazendo, sobre o que eu queria conquistar, sobre qual era o significado da minha vida no final contas. Eu havia entrado no negócio pelo dinheiro e estava obcecada em consegui-lo inicialmente, mas depois de um tempo nada, daquilo que preenchia 90% do meu tempo diariamente, fazia sentido para mim. Eu não sentia orgulho de mim pelo que estava fazendo.

Então, mudei.

Mesmo que você esteja fazendo algo que lhe traga satisfação profissional, se você gosta do que faz, pare para pensar em quais mudanças poderia fazer na sua carreira e em sua vida para enriquecê-las ainda mais, para que sinta orgulho de si e daquilo que faz.

Agora se você está insatisfeito com seu trabalho, como eu estava, é hora de parar para refletir no que faz sentido para você, no que você quer alcançar ao longo dos anos, e em como se vê quando tiver 80 anos de idade. Você vai olhar para traz e dizer:

“Eu fiz tudo o que queria fazer, e mesmo que não tenha dado certo, ao menos eu tentei”?

ou irá dizer:

“Minha vida poderia ter sido muito melhor se eu tivesse tido coragem”?

Nem todas as decisões que tomar em sua vida terão dados estatísticos para lhe apoiar. Seu instinto não tem nada de irracional, ele é constituído por experiências pelas quais você já passou e ficaram guardados no fundo de sua memória. Então, nesses casos, confie nele.

Se você tem pelo que viver, suportará qualquer como

E se tudo o que possui fosse tirado de você?

Em setembro de 1942, Viktor Frankl e toda sua família foram enviados para o campo de concentração da Alemanha nazista. Ao final da guerra, apenas ele e sua irmã haviam sobrevivido. Posteriormente, ele escreveu um livro inspirador sobre sua dramática experiência durante os anos que passou por quatro diferentes campos de concentração, em que explicou, como neuro psiquiatra, e refletiu, como ser humano, sobre os motivos que o mantiveram vivo todo esse tempo.

Como interno, Frankl observou que os prisioneiros mais fortes e resistentes eram aqueles que viviam por alguém ou alguma coisa, de forma que a motivação que tinham para agir – sobreviver, nesse caso – decorria do significado que essas pessoas ou coisas tinham em suas vidas. Alguns ativeram-se ao humor, outros à natureza, outros cantavam e dançavam durante seus breves períodos de descanso, e outros viviam do amor que sentiam por seus entes queridos, imaginando conversas, e revivendo bons momentos junto a eles. Frankl, por exemplo, tinha muitas conversas com sua esposa no dia a dia e uma tese importante para finalizar do lado de fora.

“Tudo pode ser tirado de um homem, mas uma coisa: a última das liberdades humanas – escolher a atitude em qualquer conjunto de circunstâncias, escolher o próprio caminho.”  Viktor Frankl.

No campo de concentração, a capacidade de decidir por si recebeu um significado totalmente novo. A liberdade de escolha limitou-se à vida ou à morte, o que deixava muitos dos presos apreensivos e com medo de tomar pequenas decisões que poderiam garantir sua sobrevivência. Os prisioneiros mais fortes, que optaram encontrar um motivo pelo qual viver, tentaram, na medida do possível, viver de acordo com seus próprios valores e manter as mais ínfimas das liberdades, aproveitando qualquer oportunidade para tomar decisões.

“Quem tem pelo que viver pode suportar quase qualquer como”. Nietzche.

É claro que essa situação é bastante específica e extrema, mas a intenção é justamente demonstrar que não importa o que aconteça, e considerando as limitações de cada contexto, você sempre terá a liberdade de ser quem você realmente é, e agir da forma que você escolher, independentemente das circunstâncias. Mesmo quando estiver passando por um sofrimento do qual não tenha saída, sempre será possível escolher a forma como irá encarar esse sofrimento.

Você pode pensar:

      1. “Isso é muito difícil. Não vou conseguir”; ou
      2. “Isso é muito difícil, mas eu sei que posso me esforçar mais”.

A segunda opção lhe levará mais longe. Por quê? Porque a primeira opção é derrotista, enquanto a segunda é otimista e inquiridora de possibilidades. A vida nos dá, a todo momento, pequenos e grandes problemas para gerenciar, sejam eles uma fadiga durante uma corrida matinal, ou uma tragédia que mudará sua vida, mas o modo como responderemos a elas é uma decisão interna, e apenas nossa.

“O que é, então, o ser humano? É o ser que sempre decide o que ele é. É o ser que inventou as câmaras de gás; mas é também aquele ser que entrou nas câmaras de gás, ereto, com uma oração nos lábios”.

Para que seja possível seguirmos em frente, precisamos aprender a aceitar o que acontece conosco de forma realista e honesta, para que possamos então entender o poder que temos de responder àquilo. Seus valores, suas crenças e suas atitudes são seus e somente seus, nada no mundo – lei, autoridade ou circunstância – poderá tirá-los de você. Pense nisso. Escolha ver a luz nos dias mais sombrios.

Para aqueles que estão conosco, sobre aqueles que sempre estarão conosco (e minhas últimas memórias do Zé Luca)

Sempre fui fã de Fernando Pessoa, mas sinceramente não consigo explicar a empatia que senti por ele desde o início, durante as aulas de literatura. Seus poemas sempre escritos de diferentes perspectivas por seus pseudônimos me fascinam.

Quando comecei a escrever com mais frequência percebi que poderia escrever sobre vários assuntos, e cada um deles despertava uma parte diferente do meu ‘eu’. No final, para mim, a existência dos pseudônimos de Pessoa fez todo sentido, pois quando escrevo, é como se cada uma das vezes a inspiração viesse de uma Lúcia diferente. De qualquer forma, sempre coloco tudo de mim em meus textos, se é que isso faz algum sentido.

Um outro motivo que me aproxima muito de suas poesias, em especial as de Alberto Caeiro, é o enredo bucólico. De alguma forma, me remete às lembranças da minha infância no interior, da convivência com meus avós maternos quando eram vivos, das histórias sobre a vida no sítio (que cresci escutando), das fotos antigas de família que, quando consigo, passo horas apreciando. Tenho uma conexão forte com o estilo simples do interior, ou melhor, com as pessoas de estilo simples do interior.

Mas a vida nos traz muitas surpresas. Alguns anos depois que perdi a minha avó materna, conheci o meu marido, e minha conexão com os avós dele (do interior de Minas) foi instantânea, eles eram a representação de grande parte da minha essência, da minha origem. Dona Lica lembra muito a minha avó, não só pela aparência, mas pela simpatia e ótima culinária, e o Zé Luca apesar das limitações físicas causadas por um AVC, adorava cuidar da sua horta, inventar novas ‘necessidades’ que iam de marrecos a construções e compartilhar suas histórias, ele tinha uma memória impressionante.

Durante nove anos tive a oportunidade de conviver com essas duas figuras, foi um presente recebê-los como “minha família”, rapidamente conquistaram um espaço enorme no meu coração. Devido à distância, não foi possível convivermos com a frequência que gostaríamos, mas o tempo que passávamos juntos era sempre da melhor qualidade.

Na última semana de setembro deste ano, eu e meu marido saímos de férias e fomos passar alguns dias com eles. Como sempre, tempo gasto com muita qualidade. Nós conversamos muito, comemos muito, rimos muito, passeamos muito, o Zé Luca conseguiu aproveitar o ótimo clima da tarde de uma quinta-feira de sol, que apareceu lindamente após muitos dias de chuva. Neste dia, fomos ao sítio onde costumam pegar leite fresquinho, direto da vaca. Ele brincou com os bezerros, conversou, admirou a paisagem e tentou pegar um pouco de esterco para suas plantas, esta última sem sucesso.

Na sexta-feira à noite, comeu sua refeição favorita: churrasco, preparado com a picanha que veio de São Paulo, sua preferida. Ele amava, e comia mesmo. Mesmo, mesmo! Mas, como eu disse anteriormente, a vida nos traz muitas surpresas, e aquela seria a última semana que passaríamos em sua amável, falante e ao mesmo tempo sonolenta companhia.

A última vez que o vi, no sábado, estávamos apenas eu e ele, me debrucei sobre sua cama de hospital, ele estava bem, espirituoso, enrosquei meu braço naquele monte de fios que interligam homens e máquinas, embananei-me inteira por causa da bolsa que segurava ao mesmo tempo que tentava me livrar daqueles canos e ele riu. Depois, me perguntou se ele estava bonito, e pediu que eu arrumasse seu tufo de cabelo bem branco, como de costume penteado para o lado direito. Ele sempre estava bonito.

Durante nove anos não só ouvi muitas histórias boas dele (as minhas favoritas eram da roça, claro), como vivi muitas histórias boas COM ele. E eu agradeço todos os dias da minha vida por ter tido a oportunidade de conviver com pessoas como o Zé Luca e Dona Lica, que continuarei a importunar e cujas panelas de arroz doce continuarei a raspar, assim como pude conviver com meus saudosos avós Dona Divina, que era só amor, e Seu Celso, que nos deixou cedo demais.

E, nossa! Como eles fazem falta…

Talvez um dia também consiga escrever poemas (e por que não odes) à altura do que foram suas vidas, suas lutas, suas alegrias.  Poderei escrever como Lúcia neta, Lúcia agregada, Lúcia observadora, não sei… neste momento, a única coisa que sei é que só não perde quem nunca teve, e eu tive uma baita sorte.

Na vida, escolha ser peça de lego e não de quebra-cabeça – a inteligência do grupo

A flexibilidade no trabalho, principalmente na figura do home office, tem se tornado cada vez mais atraente às empresas, por contribuir para a redução do estresse e conferir aos funcionários maior sensação de liberdade e controle sobre suas vidas. Contudo, os seres humanos são, evolutivamente, criaturas sociáveis, e nós precisamos da interação com outras pessoas para manter o equilíbrio da nossa saúde mental.

Os trechos abaixo foram extraídos do livro “Trabalhando com a inteligência emocional”, escrito por Daniel Goleman e publicado em 1998[i]. Apesar de terem completado 21 anos em 2019, não poderiam ser mais atuais:

“Há somente 20 anos, a habilidade de trabalhar em equipe era tida como uma capacidade típica de iniciantes, e não uma característica que definisse líderes destacados. Nos anos 90, contudo, as habilidades de equipe são uma qualidade que identificam quem alcançará a posição de profissional de ponta.

(…)

Isso porque a tendência é que o trabalho gire cada vez mais em torno de grupos ad hoc e de organizações virtuais, de equipes espontâneas que surgem e se desfazem acompanhando o ciclo da necessidade que as gerou, que aparece e acaba, bem como à medida que as tarefas se tornem tão complexas que jamais uma só pessoa terá todas as aptidões requeridas para realizá-las”.

Após a publicação do livro, muitos estudos foram realizados no sentido de demonstrar que as vantagens de trabalhar como um time no mundo empresarial são maiores, pois as organizações são impulsionadas a melhores resultados e, de fato, elas têm atribuído cada vez mais valor aos trabalhos em equipe, inclusive através o auxílio de profissionais especializados.

Terminologicamente, grupos não se tornam times pelo simples fato de alguém tê-los chamado por este nome, mas porque os membros do time estão comprometidos com uma mesma meta, um propósito comum, possuem habilidades complementares, as expectativas alinhadas e assumem responsabilidade individual e solidária pelo trabalho que exercem.

Isso significa que você pode agrupar vários talentos em um mesmo espaço, mas se eles não souberem ouvir uns aos outros, não conseguirem se comunicar de forma eficiente, e não conhecerem e respeitarem as diferenças que existem entre eles, o seu “time dos sonhos” vai para o espaço, ou melhor, não vai para lugar algum, ficará estacionado exatamente onde está, como um grupo.

Os times eficientes e produtivos, também denominados alta performance, não têm apenas uma “estrela”, aquela pessoa que apresenta todas as ideias brilhantes e soluções criativas para que os demais ponham a mão na massa, todos são estrelas, o que permite com que cada indivíduo contribua com seu ponto forte, gerando o que Goleman denominou a “inteligência do grupo”, que produz mais e gera melhores resultados em comparação ao trabalho executado por uma única mente.

O segredo está exatamente em saber extrair os benefícios de um trabalho em equipe.

E alcançar o status de um time de alta performance não é uma tarefa simples, depende muito da estratégia adotada para que as pessoas funcionem produtivamente como peças diferentes de uma mesma engrenagem e, por isso, ter a liderança certa faz toda a diferença, inclusive em termos financeiros.

Para alguns, o convívio e a interação harmoniosa com outras pessoas é algo que flui naturalmente, para outras nem tanto, e é aí que o treinamento de um bom líder mostra sua verdadeira importância. Reconhecer e recompensar o trabalho do time, em detrimento do reconhecimento exclusivo do trabalho individual; trabalhar com um objetivo inspirador, que seja abraçado e cuja importância seja compreendida por cada um dos membros da equipe; observar e conhecer bem cada liderado e despertar o que há de melhor dentro de cada um deles são ferramentas multiplicadoras poderosas para aperfeiçoar a produção do capital humano da sua empresa.

Por isso, antes de simplesmente sair reclamando do colega de seu time de trabalho por pensar de forma diferente de você, ou daquele outro colega que não trabalha exatamente da forma como você gostaria, pense nisso!

Escolha ser peça de lego e não peça de quebra cabeça.       

[i] Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Pg.235.

A humanidade, as mídias sociais, o distanciamento das próprias questões humanas e o declínio da saúde mental

Esta semana iniciou-se com a trágica notícia de que a jovem sul coreana Choi Jin-ri, mais conhecida como Sulli, tirou sua própria vida no domingo. Ela era atriz, cantora de K-pop, tinha 25 anos, mais de 6 milhões de seguidores no Instagram e é a mais recente vítima da depressão causada pelo uso das redes sociais.

Apesar de ter raízes coreanas e simpatizar com as músicas dos mundialmente famosos grupos de K-pop, não sou fã do gênero e não acompanho as notícias sobre eles, mas a morte de Sulli despertou minha atenção pelo fato de não ter sido um caso isolado. Senti-me como se ontem mesmo tivesse lido a mesma notícia, e isso me incomodou. Muito.

De acordo com dados da OMS, a Coréia do Sul tem a segunda maior taxa de suicídios do mundo. Em comparação com outros países desenvolvidos, o grupo social que mais concentra casos de suicídio são os idosos, ocasionados, em sua maioria, pelo baixo nível socioeconômico.

Apesar de significativamente menor, o nível de suicídio entre os jovens também é considerado alarmante, mas diferente dos idosos, o alto nível de estresse, falta de sono, uso de álcool e tabagismo são os principais causadores de suicídios entre adolescentes e jovens adultos no pequeno país.

Sulli iniciou sua carreira como atriz mirim em 2005, e de 2009 a 2014 foi uma das cantoras do grupo f(x), que foi forçado a um hiato em sua trajetória por ser alvo constante de comentários de ódio na internet.

A jovem, inclusive, já havia desabafado nas redes questionando os seguidores sobre o motivo pelo qual ela recebia tantas mensagens negativas. No dia 13 de outubro de 2019 ela atingiu seu limite pois, infelizmente, a depressão foi mais forte do que ela.

O caso da jovem sul coreana é apenas mais um dentre tantos outros que ocorrem diariamente. O julgamento que vem da sociedade na qual estamos inseridos parece demonstrar que estamos nos tornando cada vez mais ineptos para lidar com questões humanas!

Sim, paradoxal, eu sei.

Muito se discute, por exemplo, sobre como a internet acaba sendo uma “proteção” para a disseminação de discursos de ódio, mas mais do que isso, a internet está nos afastando cada vez mais dos nossos relacionamentos interpessoais. O resultado disso é a evidente falta de empatia que, consequentemente, gera um afastamento abismal do conceito de perspectivas múltiplas da realidade.

Por não estarem frente a frente, o ofensor disfere seus golpes verborrágicos contra o ofendido como se estivesse falando com algo inanimado, com a própria máquina. As pessoas são julgadas por sua aparência, por uma fofoca, por notícias falsas ou por ter tirado uma fotografia com um fundo amarelo que não combinou com sua roupa laranja e o sapato azul. Parece que atingir negativamente as pessoas alimenta um sentimento de vitória, superioridade ou bem-estar.

Agora, pensem em uma situação como essa iniciada no mundo digital e transporte-a para fora, para um local público, por exemplo. Será que o ofensor teria coragem de maldizer o ofendido, da mesma forma, diante de tantas outras pessoas? Será que, se o ofensor parasse por dois segundos e se colocasse no lugar da vítima, ouvindo todas as suas provocações, ele daria continuidade ao ato ofensivo? Os comportamentos seriam os mesmos?

Causar mal-estar a outrem através das mídias sociais passou a ser visto como um problema quando se tornou um “padrão comportamental”, pois padrões não são simples de mudar, requerem muita reflexão, e principalmente, muita ação. Você até pode ser um ativista contra maus-tratos de animais e fazer coisas louváveis pela causa, mas se ao mesmo tempo denigre a imagem daquele seu amigo no Facebook porque ele pensa diferente de você ou faz comentários maldosos sobre a foto do outro no Instagram porque ele tem um corpo diferente do seu, está na hora de parar para rever a forma como suas atitudes estão refletindo seus verdadeiros valores.

Eu costumo dizer que não devemos, nunca, julgar alguém por apenas um comportamento. Nós nem sempre estamos em um bom dia, felizes, tranquilos e com as contas todas pagas, afinal, a vida hoje em dia é uma loucura. É inevitável que vez ou outra tenhamos comportamentos não condizentes com a nossa essência como seres humanos, mas eventualmente acontece, pois não somos impermeáveis às falhas.

A questão que fica para mim é: se somos todos igualmente imperfeitos e diferentes, por que não somos igualmente tolerantes com nossas diferenças e imperfeições?