Medo e Ansiedade – Como gerenciá-los no Ambiente de Trabalho – e na Vida

 

Uma das coisas que mais gosto como coach é o contato que tenho com as pessoas. Cada uma delas é única, tem um perfil diferente, carregam experiências diferentes e me ensinam muito em cada uma das sessões. Contudo, tenho notado um padrão comportamental muito comum em jovens mulheres e senti que falar sobre isso poderia ser útil para quem está passando por situações similares: o sentimento de medo e ansiedade. É exatamente dessa forma que são descritas o que sentem no ambiente de trabalho “medo” e “ansiedade”.

Não estamos falando aqui de sentimentos constantes durante todo o período de trabalho, eles são engatilhados por momentos específicos que geralmente envolvem tomadas de decisão, posicionamento de uma opinião ou quando lhes são atribuídas uma nova função ou responsabilidade.

Muitas pessoas, principalmente mulheres e aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho, não se sentem confiantes com suas próprias capacidades e habilidades, e mesmo tendo consciência de que são boas profissionais, sofrem com a invasão de sentimentos negativos que acabam dispersando seu foco e podem impactar em sua eficiência e produtividade.

Abaixo, listei 5 situações narradas com certa frequência em minhas sessões, e de que forma é possível lidar com elas no dia a dia:

1.      Pensamentos automáticos de incompetência – É provável que você não perceba, mas existem pensamentos que insistem em cruzar nossa mente o tempo todo. Esses pensamentos, normalmente, são crenças que carregamos sobre alguém (nós mesmos) ou algo e estão tão enraizados que já não as percebemos em um nível consciente. Quando se pegar duvidando de sua capacidade pare e pense no que está fazendo, traga esses pensamentos para um nível de consciência e questione-se: O que me levou a ter esses pensamentos? O que eu estava sentindo naquele momento? Isso faz sentido?

2.      “Sinto que não tenho conhecimento técnico suficiente” – É aquela velha história, quanto mais aprendemos mais sentimos que precisamos aprender. Isso é normal. Nós aprendemos algo novo o tempo todo, principalmente no ambiente de trabalho. Não recuse trabalhos bacanas por achar que o que você sabe não é suficiente, um novo desafio, no mínimo, será um grande aprendizado para você e irá lhe capacitar para ir cada vez um pouco mais longe.

3.      Não consigo falar NÃO para um colega de trabalho que me acessa o tempo todo – Você tem seu escopo, você tem o seu trabalho, você tem SUAS prioridades. Ser cooperativo no trabalho é essencial, no final todos trabalham por um mesmo objetivo, mas se aquele(a) seu(ua) colega a acessa a cada cinco minutos para pedir que assuma a responsabilidade por um trabalho que é dele(a), diga gentilmente que não, que não poderá ajudá-lo(a) naquele momento. Pondere antes de priorizar a “não prioridade” dos outros.

4.      Não conseguem reagir quando expostas à uma situação desconfortável – A reação é primitiva: quando nosso cérebro sente o perigo se aproximando, ele emite sinais para que o corpo reaja àquele estímulo de maneira rápida, e a primeira reação que nos vem à mente é sempre aquela para a qual estamos mais “treinados”, pode ser correr, gritar, ficar paralisado ou fingir-se de morto. A questão é que, nesses momentos, a parte do nosso cérebro responsável pela cognição é preterida, por isso não conseguimos agir da forma como gostaríamos (e não conseguimos dar aquela resposta matadora que ficamos fantasiado por horas depois). Para que a paralisia não aconteça antes da sua resposta pratique-a até que sinta que ela lhe vem de forma natural.

5.      Razão x emoção – Quando nos deixamos levar pela emoção dificilmente conseguimos chegar a qualquer conclusão mais racional. Quando perceber que aquele sentimento está ruim surgindo, pare, respire e tente entender por que está sentindo isso. Saia do local onde estiver e faça uma pequena caminhada, se necessário. Questione-se. Deixe seu cérebro voltar ao estado racional antes de tomar qualquer atitude, você só precisa de 5 minutos.

Dedicar um pouquinho mais do nosso tempo ao desenvolvimento da nossa autoconsciência é cada vez mais importante. Ao invés de “queimar” aquela meia hora do seu dia encarando o feed do Instagram se questionando porque sua vida não é maravilhosa ‘daquele jeito’, pare para refletir sobre você, quem você é, qual sua bagagem, aonde quer chegar, o que valoriza, o que é importante para você. O autoconhecimento nos ajuda a parar de desperdiçar nosso tempo com questionamentos infundados e com medidores de vaidade, assim é possível colocar todo o nosso foco no que realmente importa nesta jornada: nossa própria vida!

Deixe um comentário