Pequenos estresses do dia a dia podem nos levar ao Burnout – Entenda como evitar que isso aconteça com você.

Pode ser o fato de você ter que acordar todos os dias às 5 da manhã.

Pode ser seu colega de trabalho que disse que entregaria o projeto naquele dia, e não entregou.

Pode ser aquele e-mail que você recebeu do cliente, que pareceu mais grosseiro que o comum.

Pode ser o elevador cheio.

Pode ser a demora do carro da frente em seguir viagem quando o farol abre.

Pode ser a preocupação de ter sido rígido demais na resposta que deu ao seu filho.

Pode ser os muitos e-mails que você recebe de um assunto que sequer diz respeito a você.

Pode ser aquele colega que reclama o tempo todo.

Pode ser aquele trabalho que seu chefe insiste que você faça, mesmo não concordando com ele.

Pode ser a longa fila para conseguir embarcar no ônibus.

Pode ser aquela pessoa que sempre te faz exatamente a mesmíssima pergunta, sobre o mesmíssimo assunto.

Algum deles lhe soa familiar?

Todas as situações listadas acima são exemplos do que pode acontecer conosco rotineiramente. Elas costumam surgir como desafios momentâneos, mas possíveis impactos negativos gerados por elas sobre nós podem durar horas, senão dias!

E nós dificilmente percebemos a forma como elas podem nos afetar justamente porque são parte do nosso dia a dia. Quando desenvolvemos um hábito, passamos a executá-lo automaticamente, como escovar os dentes ou fazer café.

O modo como lidamos com nossas demandas pessoais e profissionais é diretamente afetado pelo estresse que sentimos, pois eles esvaziam nossas reservas emocionais e colocam em xeque nossos valores e identidade.

“Lembra-se daquele dia que ficou sabendo que aquela pessoa que parecia tão plena teve um Burnout, do nada?”

Então, não foi “do nada”.

Picos de estresse podem ser causados por pequenos estresses que estão profundamente enraizados em nossas vidas. Tratam dos exemplos citados anteriormente que, uma vez “normalizados”, passam a ser ignorados pelo nosso pensamento consciente.  

Neste caso, não há um gatilho específico que desencadeará reações irascíveis, ele vai sendo construído pouco a pouco, tem efeito cumulativo, até que um dia…eclode.

E é justamente por esse motivo que tentar lidar com esses micro estresses da mesma forma como lidamos com problemas maiores em nossas vidas pode não ser a melhor ideia.

Imagine se parássemos para analisar nossos pensamentos e sentimentos sempre que algo tivesse o potencial de nos incomodar: nós simplesmente faríamos apenas isso o dia todo!

E como resolvemos esse problema?

A primeira atitude que você pode tomar é repassar seu dia mentalmente, em seguida, descrever cada uma das situações que lhe incomodaram  – em maior ou menor grau – naquele dia, escolher 2 ou 3 dos micro estresses que mais lhe incomodam e focar em resolvê-los.

Converse com pessoas que você confia, pois além de ajudar a aliviar a tensão, podem te ajudar a enxergar a situação de uma perspectiva mais ampla.

Isso por si só já contribuirá com a redução de parte do peso da carga.

Afaste-se de relacionamentos tóxicos ou de ambientes que afetam seu bem-estar.

A maior parte dos pequenos estresses que nos atingem são causados por pessoas. Nesse caso, é possível amenizar o peso da carga negativa adotando ações como:

  • Sentar-se longe do colega que só reclama, ou explicar a ele que você não pode dar a atenção que ele precisa naquele momento, mas que vocês podem conversar em outro horário.
  • Chegar alguns minutos antes ou depois, seja para evitar pegar o elevador sempre cheio, a fila do ônibus, do restaurante ou do microondas na hora do almoço.
  • Ser claro e sincero com a pessoa que está o questionando pela quinta vez sobre o mesmo assunto. Com gentileza, lembre-a de que vocês já conversaram sobre o assunto X vezes, que você irá explicar mais uma vez, mas que será a última, porque ela tem que ser mais atenta e responsável com assuntos que são importantes para seu trabalho.

Invista mais em atividades e pessoas que contribuem com o seu bem-estar

Todos temos aquele colega que nos faz rir o tempo todo, aquele que nos ajuda a manter uma perspectiva de vida mais positiva, ou conhecemos aquela “tia do café” que pode ficar horas contando histórias divertidíssimas. Identifique quem são essas pessoas e passe mais tempo com elas!

Se, por exemplo, fazer exercícios pela manhã te ajuda a relaxar, incorpore-os com mais frequência à sua rotina.

Se se sente bem ajudando os outros, envolva-se mais com programas voluntários.

Almoce sozinho ouvindo um podcast ou assistindo um episódio daquela série que você acompanha quando não estiver com vontade de socializar e sentir que precisa “tirar a cabeça do trabalho” e relaxar.

Quando estamos preocupados com alguma coisa, ou quando estamos aguardando uma notícia importante, atualizamos a página da internet a cada 30 segundos para checarmos as novidades em primeira mão.

E o que nos impede de fazemos a mesma coisa com o nosso bem-estar e saúde mental?

Acompanhe-as mais de perto, mantenha-as atualizadas, e evite que as pequenas frustrações do dia a dia se tornem futuros grandes problemas em sua vida.

Imagem de Sydney Rae via Unsplash

Em busca do bem-estar estamos nos adaptando a uma sociedade doente

Imagem de Viktor Talashuk via Unsplash

Historicamente, o conceito de bem-estar começou a ser cunhado no século 17, e estava ligado apenas à saúde física, era praticamente sinônimo de “ausência de doenças”.

No século 18, o conceito passou a ser atrelado à bens materiais que supriam as necessidades básicas de limpeza e higiene que impactavam a saúde das pessoas naquela época.

Atualmente, a percepção sobre bem-estar e saúde tornou-se muito mais ampla, e envolve os aspectos mental, emocional, físico e social.

Eis que me deparei com a seguinte questão: o que “bem-estar”, afinal? Como as pessoas alcançam o bem-estar?

Naquele momento, eu recorri ao Google nosso de cada dia, claro!

E eu posso te dizer que muitos dos manuais de “bem-estar” disponíveis na internet irão te dizer que para alcançá-lo, precisamos:

1 – Fazer escolhas simples e saudáveis diariamente;

2 – Reduzir o estresse; e

3 – Ter interações sociais positivas.

Parece mesmo muito simples.

Agora, quando desligamos o computador e temos que encarar a realidade, a situação é um pouco mais complicada. Hoje, nós somos tão “pressionados” a ter uma vida saudável e feliz, que a preocupação deixou de ser com o bem-estar em si, e passou a ser com o fato de que a saúde é tratada como uma ideologia.

Quando afastamos o “bem-estar” da ideia geral de “nos sentirmos bem”, e transformamos o conceito em algo que devemos fazer para viver de maneira verdadeira e feliz, ele assume um novo significado e passa a ser uma obrigação moral.

Vou dar um exemplo bem simples: durante muito tempo, em um passado recente, eu usei um relógio que, dentre outras funções, contabilizava todos os passos que eu dava em um dia. Eu tentava dar, pelo menos, 8 mil passos por dia, mas achava 10 mil passos o ideal (simplesmente porque é um número redondo).

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Depois, entrava no aplicativo do relógio, no celular, que comparava meus dados com os de outros usuários do mundo inteiro e eu ficava mal quando via que não tinha caminhado mais do que 80% das pessoas. Sentia-me preguiçosa e fracassada por não ter conseguido executar uma atividade tão simples, mesmo sabendo que aquilo era um exagero. E eu agia da mesma forma todos os dias.

E essa obrigação moral de sermos saudáveis e felizes, da qual somos cansativa e constantemente lembrados, foi batizada pelos pesquisadores Carl Cederstrom e Andre Spicer, autores do livro “The Wellness Syndrome”, de biomoralidade.

lógica da biomoralidade é a seguinte: ela te dá uma sensação meio presunçosa de dignidade, fazendo você pensar que está do lado certo de uma suposta ‘lei moral’. Te faz pensar que se as pessoas fossem mais como eu, você – ou como a Gisele Bundchen – o mundo seria um lugar muito melhor, mais saudável, mais feliz.

Vocês devem se lembrar de uma situação que aconteceu cerca de 3 anos atrás, em que uma modelo da Playboy foi condenada nos Estados Unidos por divulgar e ridicularizar, no Snapchat, a foto do corpo de outra mulher, nua, no banheiro de uma academia.

Dani Mathers, então com 29 anos, compartilhou duas imagens: uma da mulher, que é idosa, e tinha 70 anos na época, e uma segunda em que ela ri e faz cara de nojo, de deboche.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

“Se eu não posso ‘desver’ isso, você também não pode”, foi a legenda que a modelo colocou em cima da imagem da mulher nua.

É claro que ela foi alvo de muitas críticas na internet por ter praticado body shaming, foi condenada pela justiça do estado da Califórnia, demitida de seu emprego em um programa de rádio, e teve a entrada nessa rede de academias permanentemente proibida.

Mas o principal problema dessa história é que esse tipo de mentalidade não é exclusivo dela.

Nós somos constantemente encorajados a ter nojo do corpo das pessoas que não seguem o “padrão”, e como se não fosse ruim o bastante, somos encorajados a sentir nojo do que as pessoas comem.

Na verdade, comer se tornou uma atividade paranoica. O ato de comer não se destina mais a proporcionar prazeres momentâneos ou de felicidade com pessoas queridas em volta de uma mesa.

“Comer” coloca sua identidade à prova.

Pense, por exemplo, no que você costuma pedir no restaurante quando está fazendo uma reunião com o cliente durante o almoço.

Ou no que você come quando sai pela primeira vez com aquela pessoa que tanto queria.

Você pede o que realmente quer comer ou o que você acredita que transmitiria uma imagem sua melhor?

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Hoje, comer de forma correta tem sido associado ao caminho para uma vida próspera, é uma conquista, demonstra para a sociedade uma superioridade no que diz respeito a “viver bem”.

Essa insistência de que o indivíduo é capaz de escolher seu próprio destino, supondo que temos 100% de controle sobre nossas próprias vidas, mesmo quando as circunstâncias não estão a nosso favor, acaba provocando sentimento de culpa e ansiedade.

Pesquisas revelam que as pessoas fazem dietas muito mais com a intenção de aliviarem o sentimento de culpa que elas carregam, do que para perder peso.

Você é responsável pelo seu emagrecimento e pelo seu bem estar? Sim. Mas é o único responsável? Não. 

Em tempos como estes, em que a imagem ocupa um papel crucial na sociedade, distinguir o que é real do que não é está cada vez mais difícil. Nossa obsessão com a busca superficial pela felicidade destruiu nosso relacionamento com o que é real.

Na minha humilde opinião, quando as pessoas não acreditam mais na transformação política, não acreditam mais que o mundo pode ser mudado para melhor, elas colocam todas as suas energias em querer melhorar a si mesmos.

Cria-se uma espécie de entusiasmo ingênuo em tornar nossas vidas melhores, através do que seria a melhoria do nosso estilo de vida imediato.

Existe a expectativa de que façamos cada vez mais e mais e mais, não importa o que, e para que estamos fazendo, o que acabou transformando a busca por aperfeiçoamento pessoal em uma corrida maluca, que é vista como um comportamento normal pela sociedade!

Acompanhar obsessivamente o nosso bem-estar, enquanto continuamente encontramos novos caminhos de autoaperfeiçoamento deixa pouco espaço para viver.

Há uma crença bastante enraizada na sociedade de que se a maioria sente, acredita ou faz, então é “normal”. E, então, serve de guia para o comportamento geral. O problema é que nem todas as normas são benevolentes.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Mas será que é normal achar normal o que não deveriam ser…normal?

É saudável e importante preocupar-se em querer melhorar.

E não há nada de errado em estar bem ou querer estar bem, mas se conhecer e ser bem informado é completamente diferente de aderir ao espírito de rebanho, em que se age de forma automática e inconsciente.

O que a forma como cozinha seus ovos diz sobre você

Fonte: pxhere

Alguns dias atrás, em um final de semana, fui para o interior ver minha família (e meus cachorros, claro) e acabei jantando na casa da minha tia, cuja cozinha é praticamente comunitária. Como as casas são uma ao lado da outra, quando não tem comida em casa sempre temos a opção de assaltar a geladeira da minha tia, que tem uma energia “casa de vó”, se é que me entendem.

Nesse dia especificamente, estávamos eu, minha irmã, meu cunhado e ela. Minha irmã optou por comer um frango ao molho shoyu com arroz, que havia sobrado do almoço, meu cunhado comeu um pãozinho mesmo e, para mim, minha tia fez uma omelete com ovos caipiras, trazidos fresquinhos pelo meu tio da chácara, e que são os melhores ovos do mundo na minha opinião.

Enquanto conversávamos sobre os últimos e mais recentes acontecimentos de nossas vidas, minha tia cortava tranquilamente uma cebola, em pequenos cubinhos. Depois foi a vez do tomate, também em pequenos cubinhos. Eu fiquei o tempo todo observando, quase hipnotizada. Quando terminou, ela quebrou os ovos, bateu-os em uma tigela e jogou a mistura na frigideira em fogo baixo. Os ovos foram cozinhando lentamente, e então ela jogou as cebolas e tomates que havia picado por cima da massa meio cozida, enquanto mexia suave e delicadamente com uma colher. No final, recebi uma deliciosa omelete com recheio de cebolas e tomates, impecável.

Minha tia não estava tranquila apenas aquele dia, ela sempre cozinha com muita tranquilidade, assim como minha avó costumava fazer. Então lembrei-me de como funcionava a minha culinária no dia a dia: nada de omeletes, apenas ovos mexidos, porque é obviamente mais rápido e menos trabalhoso. Acostumei-me tanto a comer e cozinhar correndo que não tenho paciência de ficar na cozinha por um período mais longo do que 15 minutos. Não estou brincando.

Tenho plena consciência de que essa falta de paciência é um hábito ruim que tenho que mudar, mas como você sabe, sair da zona de conforto é bastante difícil, até para uma coach. Infelizmente, para a minha geração e as gerações seguintes, tudo deve ser feito e entregue para ontem. Não nos damos ao trabalho de sequer picar uma cebola, quebramos apenas os ovos porque estamos atrasados para o próximo compromisso. Não apreciamos nenhum momento, não nos permitimos saborear alimentos e situações porque sempre há algo mais ‘urgente’ para fazer, afinal, a informação não para de chegar em nossos smartphones.

E com essa pequena história deixo para vocês a simples indagação:

Quem você quer ser em sua vida: aquele que faz a omelete ou aquele que sempre se contentará com ovos mexidos?

Para aqueles que estão conosco, sobre aqueles que sempre estarão conosco (e minhas últimas memórias do Zé Luca)

Sempre fui fã de Fernando Pessoa, mas sinceramente não consigo explicar a empatia que senti por ele desde o início, durante as aulas de literatura. Seus poemas sempre escritos de diferentes perspectivas por seus pseudônimos me fascinam.

Quando comecei a escrever com mais frequência percebi que poderia escrever sobre vários assuntos, e cada um deles despertava uma parte diferente do meu ‘eu’. No final, para mim, a existência dos pseudônimos de Pessoa fez todo sentido, pois quando escrevo, é como se cada uma das vezes a inspiração viesse de uma Lúcia diferente. De qualquer forma, sempre coloco tudo de mim em meus textos, se é que isso faz algum sentido.

Um outro motivo que me aproxima muito de suas poesias, em especial as de Alberto Caeiro, é o enredo bucólico. De alguma forma, me remete às lembranças da minha infância no interior, da convivência com meus avós maternos quando eram vivos, das histórias sobre a vida no sítio (que cresci escutando), das fotos antigas de família que, quando consigo, passo horas apreciando. Tenho uma conexão forte com o estilo simples do interior, ou melhor, com as pessoas de estilo simples do interior.

Mas a vida nos traz muitas surpresas. Alguns anos depois que perdi a minha avó materna, conheci o meu marido, e minha conexão com os avós dele (do interior de Minas) foi instantânea, eles eram a representação de grande parte da minha essência, da minha origem. Dona Lica lembra muito a minha avó, não só pela aparência, mas pela simpatia e ótima culinária, e o Zé Luca apesar das limitações físicas causadas por um AVC, adorava cuidar da sua horta, inventar novas ‘necessidades’ que iam de marrecos a construções e compartilhar suas histórias, ele tinha uma memória impressionante.

Durante nove anos tive a oportunidade de conviver com essas duas figuras, foi um presente recebê-los como “minha família”, rapidamente conquistaram um espaço enorme no meu coração. Devido à distância, não foi possível convivermos com a frequência que gostaríamos, mas o tempo que passávamos juntos era sempre da melhor qualidade.

Na última semana de setembro deste ano, eu e meu marido saímos de férias e fomos passar alguns dias com eles. Como sempre, tempo gasto com muita qualidade. Nós conversamos muito, comemos muito, rimos muito, passeamos muito, o Zé Luca conseguiu aproveitar o ótimo clima da tarde de uma quinta-feira de sol, que apareceu lindamente após muitos dias de chuva. Neste dia, fomos ao sítio onde costumam pegar leite fresquinho, direto da vaca. Ele brincou com os bezerros, conversou, admirou a paisagem e tentou pegar um pouco de esterco para suas plantas, esta última sem sucesso.

Na sexta-feira à noite, comeu sua refeição favorita: churrasco, preparado com a picanha que veio de São Paulo, sua preferida. Ele amava, e comia mesmo. Mesmo, mesmo! Mas, como eu disse anteriormente, a vida nos traz muitas surpresas, e aquela seria a última semana que passaríamos em sua amável, falante e ao mesmo tempo sonolenta companhia.

A última vez que o vi, no sábado, estávamos apenas eu e ele, me debrucei sobre sua cama de hospital, ele estava bem, espirituoso, enrosquei meu braço naquele monte de fios que interligam homens e máquinas, embananei-me inteira por causa da bolsa que segurava ao mesmo tempo que tentava me livrar daqueles canos e ele riu. Depois, me perguntou se ele estava bonito, e pediu que eu arrumasse seu tufo de cabelo bem branco, como de costume penteado para o lado direito. Ele sempre estava bonito.

Durante nove anos não só ouvi muitas histórias boas dele (as minhas favoritas eram da roça, claro), como vivi muitas histórias boas COM ele. E eu agradeço todos os dias da minha vida por ter tido a oportunidade de conviver com pessoas como o Zé Luca e Dona Lica, que continuarei a importunar e cujas panelas de arroz doce continuarei a raspar, assim como pude conviver com meus saudosos avós Dona Divina, que era só amor, e Seu Celso, que nos deixou cedo demais.

E, nossa! Como eles fazem falta…

Talvez um dia também consiga escrever poemas (e por que não odes) à altura do que foram suas vidas, suas lutas, suas alegrias.  Poderei escrever como Lúcia neta, Lúcia agregada, Lúcia observadora, não sei… neste momento, a única coisa que sei é que só não perde quem nunca teve, e eu tive uma baita sorte.