10 livros escritos por mulheres que marcaram a minha vida

 

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Que tipo de pessoa você é: aquela que gosta de ler ficção ou aquela que aprecia apenas não-ficção?

Apesar de gostar de variar minha leitura é muito mais focada em não-ficção e, quando leio ficção, a história geralmente tem um fundo bastante realista, narrando a trajetória de personagens que poderiam facilmente ser pessoas que poderíamos conhecer na vida real.

Eu optei por trabalhar com desenvolvimento humano justamente porque sempre tive um grande interesse em estudar o comportamento das pessoas, amo a imensidão da diversidade e acredito que isso é o que torna o mundo a nossa volta tão interessante!

Alguns dos livros que trazem essas características marcaram a minha vida e, coincidentemente, foram escritos por mulheres, algumas mais conhecidas, outras menos, mas todas trazem um conteúdo incrível de aprendizado e reflexão.

Independente do tipo de leitor que você é, vale a pena conferir esses títulos, seja para se aprofundar algum assunto, para ampliar suas perspectivas ou simplesmente diversificar sua leitura.

Seja como for, leitura é conhecimento e conhecimento NUNCA É DEMAIS!

Destaque para o fato de que quando terminei esta lista percebi que ela é quase uma volta ao mundo, pois traz autoras do Brasil, Estados Unidos, África, e até Coréia do Sul! Além disso, os livros não seguem uma ordem de preferência, mas cronológica:

1.      CLARICE LISPECTOR – A HORA DA ESTRELA

É o último romance escrito por Clarice Lispector, eu o li pela primeira vez quando estava no ensino médio e fiquei meio obcecada pela história de Macabéa, alagoana de 19 anos que vai morar com uma tia no Rio de Janeiro. A riqueza com que Clarice descreve os personagens e narra os sofrimentos tão reais da jovem me tocaram fundo: órfã, pobre, maltratada, inocente, o livro aborda os sonhos, as manias e os conflitos internos da garota. Sempre atual, é uma história que nos faz refletir sobre a dura realidade de muitos brasileiros, a diferença (e indiferença) entre classes sociais, as diferentes faces das pessoas e o que nos leva a tomar decisões questionáveis no dia a dia.

2.      XINRAN – CARTAS DE UMA MÃE CHINESA DESCONHECIDA

A jornalista Xinran conseguiu abordar de forma gentil e leve um tema que foi bastante polêmico na China por muitos anos: a política do filho único. Com uma narrativa simples, ela faz o leitor refletir e chorar em diversos momentos, pois expõe através de relatos dolorosos o desespero das mães que tiveram de abandonar ou matar suas filhas, ou acabaram se matando por ter de tomar essa decisão.

Xinran, que é muito popular em sua terra natal por dar voz às mulheres chinesas, permite através desse livro que o resto do mundo tenha um olhar mais claro e profundo dos impactos e resultados desastrosos que uma política governamental pode infligir ao seu povo.

3.      SHERYL SANDBERG – FAÇA ACONTECER

COO do Facebook e fundadora do movimento Lean in que oferece apoio profissional às mulheres de todo o mundo através de círculos sociais locais, Sheryl Sandeberg não se constrange em expor todas as situações discriminatórias que enfrentou durante sua carreira pelo simples fato de ser mulher. A leitora consegue se imaginar no lugar dela, enfrentando situações embaraçosas causadas por viés de gênero em diversos momentos, mas Sheryl tira as mulheres do canto da sala e as jogam no centro das discussões dentro das organizações. Para os leitores do sexo masculino, fica a conscientização sobre como esse tipo de discriminação impacta os ambientes de trabalho como um todo e o que pode ser feito para que isso não aconteça.

4.      CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE – SEJAMOS TODOS FEMINISTAS

Um pequeno livro que passa uma mensagem poderosa, Sejamos Todos Feministas é uma adaptação da palestra de Chimamanda no TEDx Euston, em que conta um pouco da sua história, sobre quando ouviu a palavra “feminista” pela primeira vez e o impacto que isso causou em sua vida. Esse livro me deu uma nova perspectiva sobre a forma como as pessoas encaram a igualdade entre homens e mulheres em outros cantos do mundo. Leitura fluida, gostosa e rápida. Vale a pena conferir.

5.      J.K. ROWLING – MORTE SÚBITA

Primeiro livro lançado pela autora após finalizar a saga Harry Potter, surpreende o leitor desavisado que não encontrará nenhum traço de magia nessa história. Ambientado em uma pequena (e não muito pacata) cidade inglesa, o livro mostra os valores conservadores dos moradores de classe média do local caírem por terra quando as verdades sobre os membros da sociedade começam a vir à tona. J.K. Rowling faz uma crítica social inteligente, que constrói em torno da polêmica do enredo principal. A narrativa é feita em terceira pessoa, envolve muitos personagens, é longa e cheia de elementos descritivos bem ao estilo da autora, que eu, particularmente, gosto. Mas é importante avisar que esse livro, ao contrário da saga que a fez famosa, não agrada gregos e troianos.

6.      LEE BAY YOUNG – WOMEN IN KOREAN HISTORY

Minha irmã comprou esse livro quando esteve na Coréia do Sul, alguns anos atrás. É claro que ele imediatamente me atraiu pelo fato de contar um pouco da história e da cultura coreana (da qual sou descendente), e mais ainda por focar na vida das mulheres através das dinastias, principalmente a de Joseon, que fora construída sobre ideais confucionistas que marginalizaram e diminuíram o papel e a importância das mulheres da sociedade coreana do século 18.

A narrativa aborda desde a vida de rainhas ousadas, que detinham o poder e reinavam nos bastidores, até a vida de mulheres simples e reprimidas, que chegavam a decepar o próprio braço se encostassem em um homem, para manter a honra de sua família.

7.      TILAR MAZZEO – A VIÚVA CLIQUOT

Por estar investindo em minha formação como sommelier sou suspeita para falar sobre esse livro, mas ele me surpreendeu de forma muito positiva. Tilar Mazzeo fez um trabalho de mestre destrinchando os poucos documentos que foi possível encontrar sobre Nicole Marie Cliquot, a viúva Cliquot, que transformou o pequeno negócio de vinhos da família em um império após a morte precoce de seu marido no século 19.

Em uma época em que “lugar de mulher era dentro de casa cuidando dos filhos”, Nicole ignorou todas as regras que limitavam a atuação das mulheres, teve apenas uma filha, tomou a frente dos negócios através do aprendizado que seu pai lhe passou, criou a técnica de remuage para fabricação de vinhos espumantes e tornou-se uma das pessoas mais ricas da França.

8.      MICHELLE OBAMA – MINHA HISTÓRIA

Admiradores ou não do casal Obama, essa autobiografia traz informações interessantes sobre os bastidores da política nos Estados Unidos, nos dá um vislumbre do que é viver na imensa Casa Branca, e conta, sob a perspectiva de Michelle, como era a vida das pessoas negras em Chicago nas décadas de 60 e 70. No livro, ela também aborda de forma aberta sobre tudo que pavimentou seu caminho para chegar à Universidade de Harvard, dos valores de sua família, e até da popularidade do seu irmão, que até hoje é seu melhor amigo. Em minha opinião, leitura imperdível.

9.      MELANIA GATES – O MOMENTO DE VOAR

Livro curto, conciso, direto e fluido. Sua leitura nos delicia e impressiona ao mesmo tempo. Melania não tem vergonha de falar sobre seus privilégios, e contar como a vida das pessoas que conheceu viajando por países pobres a chocou e a levou a mudar os rumos de atuação da Instituição que mantém com o marido, Bill Gates. Esse livro mudou a percepção que eu tinha do famoso casal.

10.  RUPI KAUR – OUTROS JEITOS DE USAR A BOCA

E, para terminar, um livro de poesia! Sei que esse gênero narrativo não é o mais apreciado pelas pessoas em geral, mas Rupi o utiliza como ferramenta para passar sua mensagem de vida, sofrimento, feminismo e empoderamento de forma impactante e leve. Através da poesia ela conseguiu transmitir tudo o que guardava dentro de si e conquistou a posição de um dos livros mais lidos do The New Your Times.

E ai, qual deles vai entrar para a sua lista de leituras deste ano?

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